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É hora de integrar o combate à doença de Chagas

A doença de Chagas impacta milhões de pessoas no mundo. Na América Latina, ela é endêmica em 21 países, onde cerca de 70 milhões de pessoas estão sob risco de infecção e 104 mil podem morrer por ano. A maioria dessas pessoas vive em ambientes com poucos recursos, e sua condição de saúde é muito vulnerável. Esse cenário perpetua o ciclo de negligência da doença.

Para vencer essa realidade, é urgente integrar as políticas de combate à doença e garantir cuidados desde a atenção básica à saúde. Isso significa garantir que Chagas seja incluída em ações de saúde em todos os espaços, nas escolas, postos de saúde, na zona rural etc., de maneira simplificada e próxima àa população que mais é impactada.

A doença de Chagas pode ser evitada, tratada e curada quando identificada a tempo. A integração do seu combate proporciona diagnósticos oportunos e tratamentos precoces, possibilitando maiores taxas de cura e evitando novas infecções.

Tornar

pessoas visíveis

O dia 14 de abril é reconhecido como o Dia Mundial da Doença de Chagas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), data que remete ao esforço mundial em dar visibilidade às pessoas e às comunidades por ela afetadas e seus desafios no convívio com essa doença.

A data é uma oportunidade de conscientizar a sociedade de que Chagas ainda é uma realidade, no Brasil e no mundo. Como uma doença negligenciada, ainda prevalece o desconhecimento sobre Chagas, mesmo em áreas endêmicas, tanto para profissionais de saúde como para as comunidades. Há pouco interesse em investir esforços e recursos em iniciativas relacionadas à doença e pouco se sabe sobre elementos essenciais ao seu controle e eliminação, como formas de infecção e sintomas.

Em 2023, o Dia Mundial tem como tema a integração dos cuidados sobre doença de Chagas com a atenção básica. Vamos retirar da invisibilidade milhões de pessoas, exigindo maiores investimentos para o combate à doença e o fortalecimento da atenção básica à saúde, condição para que mais pessoas tenham conhecimento sobre Chagas e acesso a diagnóstico e tratamento.


TIPOS DE TRANSMISSÃO DA DOENÇA DE CHAGAS


A doença de Chagas é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, conhecida por ser transmitida pela picada do inseto “barbeiro”. As principais formas de transmissão são:

• Contato com as fezes do barbeiro;

Ingestão de alimentos contaminados pelo barbeiro ou suas fezes;

Durante a gravidez ou parto, de gestantes infectadas para seus bebês;

Transfusão de sangue ou transplante de órgãos infectados e através de acidentes de contato com material contaminado, durante manipulação em laboratórios ou de caças.

Em todos os casos, a doença de Chagas age de forma silenciosa. Na sua fase aguda, quando há uma recém-infecção, a maioria das pessoas não apresenta sintomas, dificultando o diagnóstico e o tratamento precoce. Quando ocorrem, os sintomas podem durar de dois a quatro meses.
Quando não diagnosticada e tratada, a doença desenvolve a fase crônica. Essa fase pode durar anos ou décadas sem manifestar nenhum tipo de sintoma, mesmo que seja possível a transmissão para outras pessoas. Para até 40% das pessoas infectadas, após muitos anos, a fase crônica pode evoluir para complicações cardíacas e digestivas graves, frequentemente resultando em morte súbita ou em insuficiência cardíaca.
As formas de transmissão demonstram a essencialidade da integração do cuidado sobre doença de Chagas, pois deixa evidente a relação com diversos segmentos dentro e fora da saúde, como Vigilância Sanitária, Saúde da Mulher, Meio Ambiente, Alimentação, Habitação, Educação, etc. Especialmente no que tange a transmissão na gravidez ou parto, cuidados adequados de pré-natal na atenção básica de saúde podem interromper um ciclo de negligência de gerações inteiras, através da cura do bebê, identificação de outros familiares infectados e fim de novas infecções.



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Sobre a doença de Chagas

A doença de Chagas é uma doença parasitaria negligenciada, que apesar de não ser tão conhecida como a malária e o cólera, afeta de seis a sete milhões de pessoas em 44 países no mundo. Por ser uma doença negligenciada, acabou caindo no esquecimento da sociedade e de políticas públicas, quase não havendo investimentos para enfrentá-la. Mas a doença de Chagas ainda é um sério problema de saúde pública.

Para romper com o ciclo de negligência que envolve a doença de Chagas, é fundamental educar as pessoas sobre os fatores de risco de infecção, contar com protocolos de manejo clínico atualizados, profissionais de saúde treinados e a disponibilidade de insumos para a oferta de diagnóstico e tratamento para responder a esse problema de saúde pública que representa um grande impacto socioeconômico nos países da América Latina.

Os avanços do conhecimento sobre a doença de Chagas nas últimas décadas contribuíram para o consenso entre especialistas sobre a necessidade de diagnosticar e tratar os infectados pelo Trypanosoma cruzi em todas as fases (aguda e crônica) na atenção básica de saúde.

Revista da Mônica
Médicos Sem Fronteiras (MSF), junto ao Instituto Maurício de Sousa, traz uma edição temática da revista da Turma da Mônica que fala sobre a doença de Chagas


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